JERUSALÉM - A inteligência militar da Defesa de Israel deverá recomendar ao primeiro-ministro interino do país, Ehud Olmert, que busque uma iniciativa diplomática para suspender a guerra contra o grupo militante Hamas e fechar uma trégua de 48 horas, que seria firmada para verificar se o grupo islâmico realmente suspenderia o disparo de foguetes contra Israel - se isso não ocorrer, Israel então desfecharia a invasão terrestre da Faixa de Gaza.
Funcionários graduados da Defesa acreditam que esse processo diplomático não deverá ser um gesto unilateral de Israel, mas deveria se basear em uma iniciativa originalmente proposta pelo ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner. O objetivo da trégua temporária seria verificar se o Hamas poderá controlar e acabar com o disparo de foguetes contra território israelense. A iniciativa é vista, entre os oficiais israelenses, como a última capaz de evitar uma invasão terrestre em larga escala da Faixa de Gaza, território onde vivem apinhados 1,4 milhão de palestinos. Segundo o Haaretz, o governo de Israel anunciará sua decisão sobre a trégua temporária nas próximas horas desta terça-feira.
Um oficial israelense disse à Associated Press que a proposta de trégua temporária será discutida em um encontro do gabinete na quarta-feira. O canal 10 da televisão israelense também informou a proposta de cessar-fogo. Ao mesmo tempo, o gabinete também deverá considerar vários planos para uma invasão terrestre de larga escala, disse o oficial israelense. Enquanto isso, os militantes palestinos continuam com o disparo de foguetes contra cidades israelenses, apesar dos ataques aéreos de Israel continuarem nesta terça-feira. Militantes israelenses informaram que desde que começou a ofensiva de Israel contra a Faixa de gaza, no sábado, os militantes dispararam mais de 250 foguetes, que mataram quatro cidadãos israelenses.
Nesta terça-feira, aviões bombardearam um complexo governamental do Hamas, que o grupo islâmico havia evacuado no início da ofensiva. Israel também bombardeou instalações de segurança. Mais de 370 palestinos foram mortos desde o início das operações no sábado contra o Hamas na Faixa de Gaza. Muitos integravam o Hamas, Masa pelo menos 64 eram civis, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os civis mortos estavam duas irmãs, de 4 e 11 anos, mostras nesta terça-feira durante um bombardeio israelense no norte da Faixa de Gaza.
Fonte: estadão